quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Equipamentos de Busca e Salvamento Aquático


Equipamentos de busca e salvamento aquático:
 
     O equipamento mínimo para uma operação aquática, para fins de busca e/ou resgate   de   vítimas   de   afogamento,   bem   como   objetos   diversos   facilitam   as atividades aquáticas, porém a falta de equipamentos e embarcação, seja ela qual for pode prejudicar ou inviabilizar a operação, ou ainda tornar impossível sua execução, colocando em risco a 
vida dos socorristas e vítimas.
 
Equipamento básico de mergulho:

     Constituído de máscara facial, tubo de respiração (snorkel) e nadadeiras, tem como  finalidade  auxiliar  na  busca  de  superfície  em  águas  claras,  dando  maior conforto ao socorrista bem como maior segurança;
 
Barcos:
 
     A  denominação  barco abrange  os  tipos  de  embarcações  de  pequeno  porte, destinarem a flutuarem sobre a água;

     O Corpo de Bombeiros, para emprego em operações aquáticas, utiliza-se de barcos  com  estrutura  de  hidumínium  (liga  metálica  de  alumínio),  fiberglass  e borracha  sendo  que,  usualmente  a  viatura  Auto  Salvamento  (AS)  é  equipado  com um barco de casco no formato de um “V”, de hidumínium:
 
Os  barcos,  sejam  quais  forem  suas  dimensões  e  formatos,  devem  possuir especificações que satisfaçam, principalmente, às seguintes exigências:
 
a) Flutuabilidade: tendência a pairar sobre a superfície da água;
 
b) Estabilidade: permanência  sobre  a  superfície  da  água  em  posição  correta, equilíbrio e segurança;
 
c) Navegabilidade: deslocamento sobre a superfície da água;
 
d)Manobrabilidade: movimento  fácil  em  todas  as  direções,  mesmo  em  situações adversas (marola, correnteza, redemoinho, vento forte, et
 
As principais partes de um barco em nomenclatura são:
 
a) proa: extremidade  posterior,  normalmente  afilada;  na  chata,  a  proa  não  possui afilamento;
 
b) popa: extremidade posterior;

c) meia-nau: parte intermediária entre a proa e popa;

d)  bordos: lados  do  barco  em  relação  ao  plano  longitudinal,  denominando-se bombordo  (BB)  o  lado    esquerdo,  e  boreste  (BE)  o  lado  direito,  de  quem  olha  da popa para a proa;
 
e) casco: invólucro externo do barco, distinguindo-se nele o fundo (parte inferior) e os encolamentos (partes curvas entre o fundo e os bordos);

f)  quilha:  peça  estrutural  básica  do  casco,  disposta  na  parte  mais  baixa  do  seu plano diametral, em quase todo seu comprimento;

g)  estrado: estrutura  plana  e  rasa,  em  geral  de  madeira  colocada  sobre  o  fundo interior do barco;

h)  bancos fixos: normalmente,  dois  ou  três  sendo  transversal  ao  comprimento  do barco;

i)  remo: instrumento  de  madeira  composto  de  um  cabo  roliço  terminado  por  uma parte espalmada, que funciona como  alavanca interfixa, para propulsão do barco;

j) forquetas: suportes colocados nos bordos do barco, em forma de “Y”, que servem para o apoio dos remos;

k)  espelho  da  popa: parte  reforçada  do  lado  externo  da  popa,  normalmente  de madeira, que serve para fixar o motor de propulsão, quando houver;
 
l)  cavername:  conjunto  de  peças  perfiladas  que  se  assentam  sobre  a  quilha formando o arcabouço do barco;

m) âncora: as mais usuais são as do tipo Folding (três quilos) e Danforth (cinco ou oito quilos).
 
Operando,  constantemente,  em  serviços  de proteção,  busca  inundação  etc,  o barco deve possuir equipamentos de segurança para cada um dos seus usuários:
 
a) as necessidades mínimas para proteção  dos usuários são: extintor de incêndio, bóias  salva-vidas,  corda  flutuante, maleta  de  pronto-socorro,  remos sobressalentes e  equipamentos  outros,  a  critério  dos  usuários,  contanto  que  não  causem  uma sobrecarga ao barco;

b)  quando  propulsão  do  barco  for  realizada  por  motor  de  popa  deve  se  levar corrente ou corda de segurança, amarrado nele e no barco, a fim de evitar a perda do  motor  que  poderá  se  soltar  do  espelho  da  popa  devido  à  vibração  do  seu funcionamento; deve, ainda, levar reserva de combustível.

Para trabalhos especiais de proteção ou buscas, o Corpo de Bombeiros dispõe de outros barcos, com características específicas.
 
O barco de alumínio (CHATA):

      Construído em alumínio, liga naval, fundo chato, sem quilha, para trabalho em  água  doce  ou  salgada,  sob  o  barco  existem  flutuadores.  Na  popa,  possui  um dispositivo para acoplamento do motor de popa, possui olhais para fixação de corda espia e sua capacidade é de até quatro pessoas. Nas laterais, possui suportes para colocação  de  forquetas.  Deve  vir  com  remos  (par),  par  de  forquetas  e  estrados  de madeira usados em operação de salvamento:


O barco de alumínio (HIDRO V):

     Construído  em  alumínio,  liga  naval,  fundo  semi  V,  para  trabalho  em  água doce  ou  salgada,  sob  o  barco  existem  flutuadores.  Na  popa,  possui  um  dispositivo para acoplamento  do  motor  de  popa,  possui  olhais  para  fixação  de  corda  espia  e sua  capacidade  é  de  até  quatro  pessoas.  Nas  laterais,  possui  suportes  para colocação  de  forquetas.  Peso  de  55  kg,  comprimento  3,60  m,  de  largura  de  boca 1,35  m,  altura  de  bordo  0,45m.  Deve  vir  com  remos  (par),  par  de  forquetas  e  estrados de madeira usados em operação de salvamento.


Bote inflável:

     Bote com convés coberto. Devem ser concebidos para enfrentar tarefas de prevenção e salvamento aquático. 



Bote Inflável com casco rígido para salvamento (misto):

     A  especificação  n° DFP-247/222/91  do  CB  fixa  as  condições  mínimas exigidas para a aquisição de bote inflável com casco rígido para salvamento: 


Bote inflável para salvamento em corredeira (Rafting): 


Moto-aquática (jet ski):
     A especificação nº DFP 272/222/91 do CB fixa as condições mínimas exigidas para a aquisição de moto-aquática:
     Destaca-se  atualmente,  o  emprego  da moto-aquática  na prevenção e até mesmo nos salvamentos aquáticos.

Motor de popa:

     Quando  a  propulsão  do  barco  não  for  manual,  com  uso  de  remos  ela  é realizada através motores à explosão, entre os quais aquele que se acopla na popa do barco e, por isso, é denominado motor de popa;

     Muitas  são  as  marcas,  tipos  e  modelos  de  motores  de  popa.  A  seguir, descreve-se genericamente suas principais características.

- Nomenclatura -L A D O   B O R E S T E
- Tampa do Motor;
- Alavanca de marcha;
- Alça de transporte;
- Alavanca trava de inclinação;
- Vareta de ajuste da inclinação;
- Descarga d’água (Boreste);
- Pino de Corrente Alternada;
- Talão da quilha;
- Tampão do dreno do óleo e enchimento de óleo;
- Caixa de engrenagem;
- Admissão de água;
- Bujão do nível de óleo;
- Parafuso de fixação;
- Suporte de fixação;
- Parafusos de fixação;
- Cabo de corrente alternada;
- Alavanca de direção com acelerador;
- Afogador;
- Maneta de arranque;
- Hélice;
- Alça de transporte do tanque;
- Mangueira de combustível;
- Bomba de sucção de combustível (manual).


Nomenclatura  - L A D O   B O R E S T E   E   T A N Q U E
 
Tanque de combustível; 
Placa antigravitacional;
Tampa do tanque.
 
OBS.: esta nomenclatura é referente ao Motor de Popa Tohatsu de 25 HP.
Instalação do motor:
 
     Não  instale  em  sua embarcação um motor  mais potente  do que  o  modelo previsto pelo fabricante.
Altura da popa:
 
1) 368 mm  a  394  mm  para motor stander;
 
2)  a  altura  da  popa  é  muito  importante  para  que  se  tenha  um  empuxo  máximo  no rendimento  do  motor.  Se  a  popa  é  demasiadamente  alta,  poderá  provocar  uma cavitação (formação de bolhas de ar na hélice e afetar o rendimento do motor, seu resfriamento será prejudicado dando um super aquecimento);
 
3)   se   a   popa   é   baixa,   produzirá   um   freamento,   provocando   uma   perda   de velocidade.
fixação do motor na embarcação:
 
     Após  fixar  o  motor,  amarrar  uma  extremidade  de  um  cabo  ou  corrente  na argola de segurança do motor, e a outra extremidade fixa no barco.
 
OBS: após 15 minutos de funcionamento reapertar os parafusos de fixação.
 
Ângulo do motor:
      Regular  o  ângulo  do  motor  para  que  a  embarcação  ande  nivelada  com  a marca d’água.
Combustível:

     Por ser motor dois tempos, e não tendo cárter de óleo para lubrificação do motor,  é  necessário  que  se  misture  óleo  à  gasolina,  na  seguinte  proporção  de  01 litro  de  óleo  2  tempos  para  40  litros  de  gasolina.  A  gasolina  recomendada  é  de automóvel (69 octanas) óleo recomedado 2 tempos para motor de popa.

OBS: quando efetuar a mistura, balançar bem o tanque para que o óleo se dilua e misture com a gasolina.

Arranque e funcionamento:
     Coloque o tanque na embarcação de forma que não se mova, e assegure-se  de  que  a  mangueira  de  combustível  não  fique  espremida  sob  o  tanque  ou qualquer outro objeto pesado na embarcação:

1) conecte a mangueira de combustível no tanque e motor;
2) aperte várias vezes a bomba (pêra) até notar uma resistência (endurecimento);
3) coloque o punho de aceleração na posição  “SHIFT” (deslocar);
4) coloque a alavanca de câmbio na posição “NEUTRAL” (neutro);
5) coloque o punho de aceleração na posição “START” (partida);
6) certifique que o câmbio está neutro;
7) puxe o botão do afogador, caso o motor esteja frio;
8) puxe suavemente a maneta de arranque até perceber o engate, após puxe com firmeza, e repita a operação até que o  motor pegue arranque. Para evitar danos no cabo  e  mola    de  partida,  deixe  que  o  cabo  se  enrole  não  o  soltando  de  uma  vez.
Após  o  motor  ligado  volte  o  botão  do  afogador  gradualmente,  até  que  o  motor funcione normalmente;
9) verificar se o indicador da bomba d’água está funcionando bem. como cambiar a marcha e controlar a velocidade:

Marcha para frente:

     Coloque o punho de aceleração na posição “SHIFT”, com movimento firme coloque a alavanca na posição “FORWARD” (frente);

     Não  passe  a  marcha  se  o  punho  do acelerador  não  estiver  na  posição “SHIFT”. Para aumentar a aceleração no sentido anti-horário, posição (rápido). Para reduzir velocidade temos que girar no sentido horário, posição “SLOW” (lenta).
 
Marcha-a-ré:

     Colocar o punho do acelerador na posição “SHIFT” e passar a marcha com um movimento firme.
arranque de emergência:

     Se  o  cabo  de  partida  ou  o  arranque  não  funcionar  (cabo  quebrado  ou mola), tire a tampa do motor e de o arranque pelo volante com um cabo de 1/4” (6,35 mm) de diâmetro.
Localização de avarias:
Se o motor não arranca, verifique os seguintes itens:
 
1)  se  o  punho  de  aceleração  encontra-se na posição “START” e a alavanca de marcha na posição “NEUTRAL”;
2) se há combustível no tanque;
3) instalações incorretas do conector de combustível;
4) bomba (pêra) da mangueira não está invertida;
5) o carburador está seco (aperte a bomba da mangueira);
6) se o tanque não está frio e o afogador está aberto;
7) se o motor está frio e o afogador está aberto;
8) se a mangueira está livre, sem dobras ou furos;
9)  motor  quente  e  afogado  (afogue  e  feche  a  agulha  de  gasolina,  acionando  o arranque diversas vezes, até que expulse o excesso);
10) se o filtro da bomba de combustível não está obstruído; 
11) água no combustível (esvazie e troque a mistura);
12) não tem faísca;
13) cabo de vela solto;
14) vela com eletrodo queimado ou molhado;
15) sistema de ignição (ver distribuidor);
16) ignição eletrônica com conectores mal conectados;
17) velas soltas (mal rosqueadas);
18) separação incorreta dos eletrodos (motores antigos);
19) rever instalação de partida.
 
Se o motor carece de potência, verifica-se:
 
1) velas defeituosas;
2) filtro da bomba de combustível parcialmente tapado;
3) tomada de água obstruída, o sistema de resfriamento não funciona corretamente.
 
Se o motor vibra com excesso, verifica-se:

1) hélice gasta ou torcida;
2) carburador mal regulado;
3) parafuso da fricção de direção está frouxo;
4) sujeira na hélice.
 
Se o motor funciona, mas o barco não avança, verificar:

1) sujeira na hélice;
2) hélice gasta ou torcida.
retirada do motor da embarcação:

     Afrouxe os parafusos de fixação, solte o cabo de segurança e a mangueira de combustível. Levante verticalmente o motor para livrá-lo da embarcação;

     Para  levantar  o  motor  utilize  a  empunhadura  de  transporte  localizada  na parte traseira do motor. Não utilize a garra de inclinação da tampa do motor para a operação de levantamento e transporte;
     Não coloque o motor de forma que a rabeta fique mais alta do que o corpo do  mesmo,  pois  desta maneira  poderá  correr  água  do  tubo  de  escape  para  dentro dos cilindros, danificando-os.
resfriamento:

     A água de resfriamento está sendo sugada por uma bomba d’água situada acima   do   cárter   do   hélice.   Com   pequena   velocidade   funciona   como   bomba aspirante, e em grande velocidade como bomba centrífuga. Um termostato mantém temperatura constante com o funcionamento do motor.

Ajuste:

1) ajuste da tensão de direção;
2)  apertar  ou  soltar  o  parafuso  de  tensão,  para  que  a  direção  não  fique  frouxa  ou dura demais;
3) ajuste a fricção de inclinação;
4) com uma chave de 9/16 “aperte a porca da inclinação o suficiente para controlá-la”;
5) não apertar demais porque pode danificar o motor em caso de choque com algum objeto;
6) ajuste a marcha lenta;
7) girando o botão para a direita aumenta e, para a esquerda diminui a aceleração.
Esta operação é feita com o motor quente e com o acelerador na posição “SLOW”;
8) ajuste do carburador;
9)  alta  velocidade,  regulada  de  fábrica,  baixa  velocidade,  girar  o  botão  de  marcha lenta  para  a  esquerda  ou  para  a  direita  até  que  o  motor  tenha  um  funcionamento suave;
10) se necessário proceda-se como segue, pare o motor:
 
a) desengate o botão de ajuste de baixa;
b)  utilizando  o  botão,  feche  a  agulha  até  que  encoste  (girar  para  a  direita),  não aperte   depois,   gire   para   a   3.   esquerda   7/8   de   volta,   ponha   o   motor   em funcionamento e deixe-o funcionar por 02 (dois) minutos;
c) reduza a aceleração até a marcha lenta normal, e ajuste a válvula da agulha até que obtenha o melhor rendimento;
d)  coloque  novamente  o  botão  na  posição  vertical  (cuidado  para  não  mexer  na agulha nesta operação).
 
11) ajuste de ângulo de inclinação;
12)  ajustar  de  acordo  com  a  inclinação  da  embarcação  (deixe  nivelado  quando estiver andando).
 
Motor caído na água:

1) tire a tampa do motor e lave o motor com água limpa (doce);
2) tire os cabos de velas e as velas;
3)  coloque  o  motor  na  posição  horizontal  (com  os  orifícios  das  velas  para  baixo)  e puxe  o  cabo  de  partida várias  vezes  (25  vezes  mais  ou  menos)  para  expulsar  a água;
4) monte as peças tiradas e proceda de acordo com as instruções de arranque. Uma vez em funcionamento durante 30 (trinta) minutos;
5) coloque o motor na posição vertical e tire a válvula de alta do carburador para que saia a água;
6)  se  o  motor  não  arrancar  deve  tirar  as  velas  e  limpá-las  e  se  novamente    não arrancar levar o motor para reparo em firma ou oficina autorizada.
 
Bóia de salvamento:
 
     A  especificação  nºDFP-192/222/97  do  CB  fixa  as  condições  mínimas exigidas para a aquisição de bóias circulares:
Flutuador salva-vidas (LIFE BELT):

     A  especificação  n°DFP-308/142  do  CB  fixa  as  condições  exigidas  para  a aquisição de flutuador salva-vidas:
Garatéia:

     Aparelho para abordagem e busca, que consiste  em três ou quatro ganchos tipos anzóis formando um só conjunto, ligado a uma vara de três a quatro metros de comprimento em uma corda comum:
Colete salva-vidas:

     É um equipamento de proteção individual à submersão, constituído por uma parte  que  envolve  o  tronco  e  duas  semi porções  aplicadas  sobre  os  ombros, confeccionado de material flutuante ou por sistema inflável.
Âncora:
     Peça de ferro que se lança ao fundo da água para que a embarcação fique segura por meio da corda que a prende.
Lanterna subaquática:
     Dependendo do tipo de operação e condição de visibilidade na água, poderá ser utilizada pelo mergulhador: 



Fonte: Comissão de Padronização de Salvamento Aquático, Do Corpo De Bombeiros Da PMESP

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