sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Trabalho: Le Cirque

   
      Foi um prazer trabalhar no "Le Cirque" praticamente fiz amizade com todos os artistas e funcionários ainda mantemos contatos, é bom quando vamos não pela obrigação ao serviço, mas sim pelo prazer de reencontrar amigos, nós não podemos ir esperando que ocorra sinistros (palavra usada quando tem acontecimentos inesperados com ou sem vitimas) mas temos que sempre ficar atentos em nossa volta.

     Não me recordo quantas vezes estive no circo, foram mais de dez (10) vezes que estive lá presente, como disse, não me recordo, pude também trabalhar com amigos de farda e conhecer outros que se tornaram amigos também, em todas as vezes que fui, justamente no primeiro dia que fui, houve um acidente, era uma apresentação dos acrobatas na cama elástica, tudo parecia muito bem, quando de repente um dos acrobatas errou o calcula de seus pulos e caiu batendo com as costelas (são ossos alongados, comparáveis a arcos, que se estendem da coluna vertebral até o esterno) no ferro da cama elástica, de imediato as luzes do holofotes se apagaram e a plateia assustada pelo o que aconteceu, só vieram perceber que foi serio, quando viram minha parceira e eu correndo até os bastidores ajudar o artista.

     Até chegar lá atrás, não acreditava no que tinha acontecido, ainda jurava que não passava de uma encenação na apresentação, já que eles sempre fazem isso (e são impecavelmente sensacionais) chegando no local onde ele estava, muito bem retirado do palco pela equipe do circo, colocamos na prancha e levamos para um lugar com mais ventilação e iluminação, chegando na parte de trás do circo, longe de qualquer curioso que pudesse atrapalhar nosso trabalho, comecei a atende-lo, enquanto minha parceira ligava para 192 (SAMU) e 193 (Bombeiro Militar) para solicitar uma ambulância, eu fazia a analise secundária na vitima para verificar quaisquer possibilidades de fraturas tanto externa como interna.

     Pelas analises feitas, só pude constar que só havia ferimentos internos, e pela dificuldade de respirar, tinha machucado o pulmão, algo confirmado pela minha parceira quando recebeu o diagnostico do medico que o atendeu no hospital quando levaram, eu fiquei porque como, e todo circo dizem: ""O espetáculo não pode acabar", e meu dever naquele momento também não, tinha que conter os curiosos quando abordassem perguntando sobre o acidente que tinha ocorrido.

     Esse foi a única ocorrência que tivemos trabalhando no circo, e olhem que eles se arriscam a cada espetáculo, de fato, todos são muito bom no que fazem, por isso que o circo é espetacular, e eu não gosto de circo, sempre preferi parques, mas esse, me conquistou.

     Ficou três (3) meses aqui em Maceió/Al e já deixou saudades dos amigos que fiz: O Palhaço, estilo Charlie Chaplin e um grande amigo, A Bailarina, delicada por fora, mais a mulher Hulk por dentro, A Garota dos bambolês, parece uma lagarta no seu casulo quando não a conhece por ser fechada, depois se torna uma linda e delicada borboleta, A Loira da bilheteria, louquinha por deixar sua família pra viver com o circo, mas no mesmo tempo, super corajosa por seguir seus próprios caminhos em vez de seguir os que falam que têm que seguir, O Rapaz da bicicleta nas alturas, tão jovem e tão cheio de responsabilidades, sempre o achei misterioso, na dele, acho que no fundo, tanto trabalho, tantas responsabilidades, faz com quê sinta falta de um tempo familiar, infelizmente é a vida, temos que lutar cada dia, para no final desfrutarmos de nossas glorias.





 
   E assim foi meus inúmeros dias trabalhando no Le Cirque, e que venha outras vezes, pois como eu disse anteriormente, foi um prazer trabalhar e conhecer todos vocês.


Nenhum comentário:

Postar um comentário