Clinicamente, as convulsões são crises caracterizadas por perda 
súbita da consciência, geralmente acompanhadas de fortes abalos 
musculares tônico-clônicos (relaxamentos e contrações alternados), 
eliminação involuntária da urina e cessação da deglutição, acompanhada de apneia com duração de alguns segundos e de um “despertar” confuso e desorientado.
     As convulsões constituem um quadro de emergência
 médica e embora raramente representem um perigo à vida, geralmente são 
vistas dessa maneira pelas pessoas que circundam o paciente. A 
verdadeira gravidade ou não da situação é dada pelas enfermidades que 
desencadeiam as crises.
     A maioria das convulsões ocorre em epilépticos e neles são crises 
periódicas, crônicas e repetitivas. Há outras, eventuais, devido a 
fatores simples ou graves como febre, traumatismos, hipóxia cerebral, tumores, intoxicações, infecções ou infestações, medicamentos, alterações metabólicas, etc.
     As convulsões febris acontecem normalmente em 2 a 5% das crianças 
entre 3 meses e cinco anos de idade, à raiz de elevações bruscas e 
intensas da temperatura. Apesar de ser um quadro muito dramático essas 
convulsões em geral são benignas e tendem a desaparecer depois daquela 
idade.
Os sinais e sintomas das convulsões são:
- Perda brusca ou muito rápida da consciência. Algumas vezes essa perda é súbita; outras vezes ela é antecedida por breves sinais, chamados “auras”, que avisam sua aproximação. A recuperação da consciência se dá gradualmente, dentro de alguns minutos.
 - Queda desprotegida ao chão com possibilidade de se ferir.
 - Violentas contrações musculares generalizadas que duram alguns segundos e torção da cabeça e dos olhos para um dos lados.
 - Atrito dos dentes, com possibilidade de quebra dos mesmos. Possibilidade de mordedura e até seccionamento da língua em virtude de potentes contrações dos maxilares.
 - A língua torna-se flácida e pode cair para trás, impedindo a passagem do ar.
 - Emissão de um grito agudo no momento do desmaio, resultante da eliminação do ar retido nos pulmões.
 - Eliminação involuntária de urina.
 - Incapacidade de deglutir saliva, com acumulação da mesma na boca e eliminação dela sob a forma de “baba”. Se houver ferimento da língua, a saliva eliminada pode estar sanguinolenta;
 - Despertar confuso e desorientado, do qual o paciente se recupera aos poucos. De início ele não reconhece o lugar onde se encontra, nem as pessoas ao seu redor.
 - Completa amnésia do ocorrido. O paciente não se lembra da convulsão que acabou de ter.
 - Dor de cabeça e sensação de fadiga ao despertar.
 
 Quais são os primeiros socorros a serem prestados em caso de convulsão?
- Afrouxar as vestes que estejam justas: cintos, gravatas, colarinhos, etc. Retirar possíveis adereços (colares, cachecóis, etc.) e próteses (dentadura, aparelhos dentários móveis, etc.) que o paciente esteja usando, tendo o cuidado de não se ferir em uma eventual mordida do paciente.
 - Proteger a cabeça do paciente e colocá-la de lado, evitando que a língua caia para trás e obstrua a passagem da respiração.
 - Colocar uma proteção entre os dentes - um rolo de pano, por exemplo. Isso tanto evita o ranger violento dos dentes bem como a mordedura da língua. Evitar colocar os dedos, que também podem ser feridos.
 - Deitar o paciente sobre um lugar espaçoso e contê-lo para que ele não caia e não se fira, permitindo que os movimentos convulsivos se realizem até que terminem espontaneamente. Retirar objetos perigosos das proximidades do paciente.
 - Aguardar para que o paciente recobre a respiração normal, o que em geral se dá após um período de apneia que termina por uma inspiração profunda.
 - Manter-se junto do paciente até que ele recobre completamente sua orientação.
 - Salvo nos casos de status convulsivos, em que as convulsões se repetem sem intervalos, ou nos casos em que ocorrerem complicações, nenhuma medicação precisa ser administrada imediatamente em seguida a uma convulsão. Medicações ou outras medidas terapêuticas só devem ser administradas com vistas a prevenir novas crises. E devem ser prescritas por um médico.
 - Em convulsões de causas ainda desconhecidas deve ser providenciada assistência médica que esclareça a causa.
 - Raramente há complicações das convulsões, mas elas podem ocorrer: luxações articulares, fraturas ósseas, principalmente em pacientes com osteoporose, deslocamentos de próteses, etc.
 
 Fonte: AbcMed


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